sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De Hong Kong à Austrália via … Dakar !




Surfar no Hawai, mergulhar com tubarões na Polinésia, nadar com raias em Gran Cayman, fazer snorkling em Mauritius, subir ao vulcão Etna na Sicilia ou saltar de pára-quedas sobre o deserto da Namibia … são aventuras excitantes, improváveis mas … possiveis !

1 - Introdução
De “Hong Kong à Austrália via Dakar” não é um desses duros ralis pelos desertos africanos. Trata-se sim de uma viagem de 6 meses à volta do mundo, em barco, e das insólitas aventuras e impressões que este itinerário proporcionou ao navegar os oceanos para visitar alguns dos mais belos locais do planeta. Esquiar em Hiroshima, surfar em Maui e em Durban, mergulhar com tubarões em Moorea, nadar com raias em Gran Cayman, remar um kayuko em San Blás, fazer snorkling em Guam e Mauritius, saltar de pára-quedas sobre o deserto da Namíbia, subir o vulcão Etna na Sicília ou a emblemática Table Mountain em Capetown … são as mais excitantes aventuras em locais de sonho.

Foi a bordo de um navio de cruzeiro que atravessei oceanos e cruzei mares. Passei estreitos e canais. Cruzei o equador e todos os meridianos do globo, fintando tempestades tropicais e furacões, para visitar as mais belas ilhas. A partida foi em Hong Kong e a chegada em Sidney, após passar o meridiano de Greenwich (longitude 0º) e territórios como: Japão, Hawai, Polinésia, Canal do Panamá, Caraíbas, Brasil, Senegal, Ghana, África do Sul ou Madagáscar, entre muitos outros.

Alguns dados da viagem:
Partida: longitude 114º10’ Este, em Hong Kong.
Chegada: longitude 151º12’ Este, em Sidney
Latitude máxima: 43º07’ Norte, em Vladivostok/Rússia.
Latitude mínima: 41º03’ Sul, em Burnie/Tasmânia.
Paragens: 77 portos, 50 territórios (países e ilhas), 34 países (referência aos países e territórios visitados, por ordem de passagem, no final).
Oceanos: travessia dos oceanos Pacífico, Atlântico e Indico.
Mares: da China, Amarelo, do Japão, de Seto (entre as grandes ilhas do Japão), de Bismark (a Este da Papua Nova Guiné), das Caraíbas, Adriático, Egeu, Mediterrâneo, Balear, Tirreno, Iónico, de Creta, da Tasmânia.
Estreitos e Canais: estreito de Kanwon Kaikyo (entre Shikoku e Honshu, Japão), estreito da Coreia, Boca do Dragão (entre Trinidad e Venezuela), estreito de Gibraltar, estreito de Bonifácio (entre Córsega e Sardenha), estreito de Messina (entre Sicília e Itália), estreito de Bass (entre a costa de Melbourne e Tasmânia), canal do Panamá, canal de Moçambique (entre Moçambique e Madagáscar), canal de Kalohi (7 milhas de largo entre as ilhas de Lanai e Molokai, no Hawai), canal de Kauai (63 milhas entre as ilhas Oahu e Kauai, no Hawai), canal Investigador (em Adelaide, Austrália).
Equador: passagem do paralelo 0º, por 4 vezes no oceano Pacífico e 3 vezes no oceano Atlântico.
Tempestades e Furacões: sentida a influência do Namtheun (tempestade tropical a Este de Okinawa, Julho 2004), Ivan e Jeanne (furacões nas Caraíbas, Setembro 2004).
Distancia percorrida: mais de 35.000 milhas no total, correspondentes a 397º ao redor da terra (uma volta ao globo mais os 37º de longitude que separam Hong Kong de Sidney).
Duração: 6 meses (Maio a Novembro)

A minha viagem começou na realidade num cruzeiro no mar Mediterrâneo, imediatamente antes de voar para Hong Kong, onde teve inicio a verdadeira Volta ao Mundo em barco. Deixo apenas uma brevíssima referência às várias paragens que fiz nas costas desse mar:

Mediterrâneo – cultura e vulcões
Após sair da Florida e atravessar o Atlântico durante 5 dias, passando ao largo da ilha do Corvo, nos Açores, chegámos a Lisboa. Seguimos para Málaga, Alicante, Palma de Maiorca e Barcelona. Nesta cidade, símbolo da arquitectura criativa de Gaudi expressa em inúmeros edifícios, conheci os miradouros, os espaços verdes e outros recantos. Ficou-me no coração!
Em França fundeámos em Villefrance, entre o glamour de Cannes, Nice e Mónaco. Alem disso demos um saltinho a Ajacio, na ilha de Córsega.
Em Itália tomei um verdadeiro banho de cultura … Pisa, Roma e Veneza, para além de ter tido a oportunidade de subir ao extinto vulcão Vesúvio, em Nápoles, e ao activo vulcão Etna, na Sicília. Roma, com um monumento e uma história a cada esquina, até chegar ao Vaticano. Veneza, romântica, uma perdição ! Nenhuma descrição me fizera esperar tudo o que assisti, pois há sempre mais a descobrir. Fez-me querer acreditar na célebre frase “ver Veneza e morrer” !

Na Grécia deliciei-me com o ambiente, as praias, as casinhas brancas das ilhas de Corfu, Mikonos e Santorini. Esta ilha é a parte imersa da enorme cratera de um antigo vulcão extinto e submerso. Fira, a vila por onde entrámos, fica dependura na falésia e lá em cima os pontos mais altos são ocupados por esplanadas preparadas para ver as fantásticas cores e sombras do pôr-do-sol.

Texto e Fotografia / José Tavares